sexta-feira, 29 de maio de 2009

Porque odeio o mesmo:

Muitos já me condenaram por odiar a rotina:ter sempre de fazer coisas que não gosto me deixa muito confusa.É,confusa.Não entediada ou qualquer outro clichê.Sinto minha mente rodar em pensamentos que não são viáveis.
Vários já me disseram:não seguir uma rotina é coisa de vagabundo.Se você tem um objetivo na vida,você tem de segui-la.Acontece que eu tenho um objetivo ao contrário do que muitos pensam,e é justamente transformar uma rotina em uma ''inrotina''.Meu único desejo na vida é fazer tudo o que gosto,mas de uma forma que não se torne uma sequência.Quero praticar uma atividade,mas embutir várias outras dentro dessa,todas diferentes de um dia para outro.Quero entender o ser humano acima de tudo,e por quê ele reprime seus instintos mais irreprimíveis.
Na verdade,o ser humano por natureza odeia a mesmice,mas como ele tem uma horrível mania de se desvalorizar,ele se reprime.Sou adepta das idéias de Karl Marx,que estudou as principais causas da alienação.E a rotina nada mais é que uma alienação.Quero ser,acima de tudo,humana.Não quero condenar meus defeitos,pois sei que todos os tem.Não quero me esforçar para ser diferente em roupa ou coisas supérfluas,pois sei que cada ser humano já é distinto.Cada um carrega uma essência,e é por isso que uns se apaixonam por outros.Não é a roupa que diz o que você é,mas o que tu carrega no coração e seus anseios.Não quero ler os livros que sou obrigada a ler nas escolas,mas ler aqueles que realmente tem a ver comigo.A leitura não é uma coleira,mas a liberdade.Ela liberta dos grilhões de uma vida obscura e ignorante.A escola impõe uma visão mediocre sobre a literatura e a arte e eu demorei muito para descobrir o seu verdadeiro significado.
Não sou hipócrita.A única coisa que condeno é a hipocrisia.Ela é a principal culpada pela decadência humana e pelo o que chamo de poluição sentimental.O bebê,quando nasce,não possui nada mais além que seus instintos.Quando começa a ser educado,seus pais inconscientemente ''dão de mamar'' a hipocrisia.Mas se você for analisar por um ponto,se ele não tiver esse senso,ele morrerá.A sociedade aceita quem é de acordo com seus padrões,e a inocencia não faz parte.
Para falar a verdade,eu invejo os bebês,meus cachorros e tudo aquilo o que não foi contaminado.Eles é que sabem viver,não se preocupam em se assumirem.Eles assumem a sua raça.Já nós a escondemos atrás de uma coisa chamada racionalidade.Acredito que isso seja um instinto parasita.A humanidade já pensou tanto,e não adiantou nada.Sempre seguiu os caminhos errados.
O que eu mais me inconformo é que,mesmo lutando,eu ainda sou hipócrita.Mas Deus me deu essa sede pela ''inrotina'' que eu acabei desenvolvendo uma arma poderosa para lutar contra isso.Não é tudo,mas é um bom começo.

Por:Flávia Antunes.

Quero ser o animal que sou:





Eu quero ser

Esse paradoxo recriminado

Uma alma embriagada pelo saber

Além das influências de um sistema


Eu quero ser

O animal de Marx

Valer mais que o produto

Mais que crueis ostentações


Eu quero mergulhar

Entre sonetos,mil palavras

E me afogar em Utopia


Eu quer ser impossível

A aspiração do proibido

Animal indomável,ser humanos distindo

Por:Flávia Antunes

terça-feira, 26 de maio de 2009

A chuva:



O sopro do vento

Me fez despertar

E olhar a janela

Para admirar

O vento me chama

E seu intimo inflama

Meus olhos a dançar.

Pling pling

São as primeiras gotas

Que batem no chão

Transmitem o frescor

Só em seu farfalar

Pling-pling

É a imagem de fora

Com gotas correndo

E o vento dançante

Juntos a bailar

Pling pling

São as gotas que prendem

O fio de um poste

Que ilumina uma rua

Cheia de crianças

Tão dispostas a brincar

Pling,pling

São as gotas que caem

Molhando minhas plantas

Espantando pessoas

Buscando o calor do seu lar

Vrum!

O barulho do raio

Despertou meus medos

Desde de minha infância

Que guardo trancado

Em timbres agudos

Graves,obtusos

E sinto as lágrimas cairem como

Pling-pling

Que toca cantigas

Molhando garotas

Flores,perfumes

e o mancebo a andar

Pling pling


É a chuva...

Por:Flávia Antunes

sábado, 23 de maio de 2009

Tarefa:




Minha professora mandou fazer um poema intertextual.Então,resolvi fazer o poema de Bocage que mostrei da última vez:


De meus ardores juvenis,despeço e me vou:

De meus ardores juvenis,despeço e me vou

Sentia os hormonios entrarem em ebulição

Minha confusa mente,inda fértil

Ganhou dúvidas e palpitações.


Rosto de mulher,atitudes de garota

De seios brotando a quadris a alargar

Das circunstancias puras se viu obrigada

A largar suas bonecas e prestar vestibular


O tempo passa,passa e voa

E as milhões de decisões me fizeram estressar

Estressada me fez sentir as imposições


A Vida,boa-mãe,me deu segurança

E vendo meu íntimo a sede por justiça

Disse:vá Filha!Tu vais advogar.

Por:Flávia Antunes

As vinte coisas que vou fazer antes de morrer:



  1. Escrever,escrever e escrever

  2. Construir uma imensa biblioteca na minha casa e abrir para o público

  3. Satisfazer todas as minhas curiosidades

  4. Viajar o mundo e virar andarilha

  5. Apaixonar perdidamente por alguém

  6. Aprender,aprender e aprender

  7. Ter um gatinho (O.O)

  8. Morar em uma fazenda ou lugar isolado do mundo

  9. Ter um cavalinho(O.O)

  10. Construir uma familia

  11. Deixar o cabelo crescer até a cintura

  12. Alcançar paz espiritual (tá longe!!!)

  13. Aprender a falar italiano

  14. Aprender a falar árabe

  15. Aprender a falar holandês

  16. Comprar um All Star vermelho

  17. Lervar meu pai e minha mãe para Roma

  18. Andar de pijama pela rua

  19. Aprender a andar de salto alto

  20. Beijar o Bono Vox

O dom de ser você:




''Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é''

Caetano Veloso-''O dom de iludir''


Este trecho me fez lembrar de um momento de meu remoto passado (er...não tão longe assim)

Na época em que meus hormônios começaram a despontar,eu tinha uma ansia de aparecer quase incontrolável.Para aparecer mais para as pessoas e mostrar que eu sou realmente diferente,comecei a deixar de fazer as coisas que mais gosto e me esconder atrás de uma pessoa que não era eu.

Deixei de gostar dos penteados que fazia,dos livros que costumava ler,dos meus pequenos passatempos,dos meus sonhos,de tudo,só para que os outros gostassem de mim.Tudo era a base de manutenção de aparencias.

Lembro-me desse período como um dos mais sombrios de toda a minha vida e cheguei a um ponto que ninguém me suportava mais.Comecei a sentir a diferença quando minha mãe me perguntou se havia algo de errado comigo.

A partir daí,comecei a ''me reformar'',por assim dizer.Comecei a analisar meu interior,porque eu já havia ''me esquecido''.Não sabia mais quais eram as atitudes da antiga Flávia perante qualquer situação.Só depois de muito tempo que consegui me lembrar.E agora aqui está ela:uma garota que odeia o convencional e precisa inovar a cada dia.Que usa penteados malucos,como black power e afins,temperamental,determinada,que valoriza a autenticidade das pessoas acima de tudo,que adora escrever e que ainda vai pintar o cabelo de preto.Uma garota que usa o coração para tudo,porque toda vez que ela usa a cabeça,não dá certo.Pode até chegar a ser um pouco emo,mas o que importa?Estou feliz em ser alguém hiper-sensível,que chora com filmes romanticos melosos e com os livros do Khalled Housseini.

Concluindo:percebi que,no quesito personalidade,haviam duas dores:a de você não ser o que é,por medo do que os outros irão dizer,acaba se transformando em um total covarde,e a de ser o que é e aguentar todos os deboches possíveis(nem tudo é flores,não é mesmo!),mas ainda assim,curtir gostinho que só a autenticidade oferecer.Somente as pessoas que se aceitam podem ter a audácia de dizer ''Eu me conheço muito bem'' e o mundo precisa de pessoas assim:corajosas,autenticas ,criativas e que não tenham medo de errar.E se você que está lendo estiver passando por uma situação parecida,acho que já sabe o que deve fazer,não é mesmo?